Mayko Petersen: Instalação do Debian Minimal

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Instalação do Debian Minimal

Neste post será explicada a instalação do Debian Minimal, ou netinst na máquina virtual.

Primeiro é importante entender o que é o Debian.

Debian é um sistema operacional Open Source e gratuito. É importante dizer que há uma diferença filosófica entre o software ser de código aberto e ser livre

Bom, mas o embate fica polêmico de acordo com as fontes. Na página do projeto Debian, em seu contrato social diz que:
O Debian permanecerá 100% livre
Entretanto, o projeto GNU não o considera dentro da filosofia livre! 

O código de um software pode ser aberto e ser pago, mas não ser livre (exemplo do RHEL). Ou ser gratuito, não-livre e com código "fechado" (exemplo do antivírus Microsoft Security Essentials para Windows®).

Uma coisa é certa: é possível gerar uma economia de dinheiro a sua empresa implementando softwares que não necessitem de licenças comerciais (como o Debian).

Como sugestão, é adequado acessar a própria página do projeto Debian para saber o que eles falam de si mesmos.

Instalação

Inicialmente, é necessário efetuar o download da versão do Debian adequado a sua arquitetura de hardware (32 ou 64 bits). O tamanho da versão netinst será no máximo 180MB.

Transfira a imagem do sistema operacional (.iso) para o servidor hypervisor (para isso, basta verificar o processo neste post) e crie o servidor virtual.

Após iniciar a máquina virtual, aparecerá a tela para instalação do Debian (este procedimento está baseado no Debian 8). Sugiro selecionar as seguintes opções, conforme a seguir:

  1. Selecionar INSTALL
  2. Selecionar a linguagem ENGLISH
  3. Selecionar a localização OTHER
  4. Selecionar a região SOUTH AMERICA
  5. Selecionar o país BRAZIL
  6. Selecionar o padrão UNITED STATES
  7. Selecionar BRAZILIAN para a configuração de teclado
  8. Colocar o Hostname com o mesmo nome que você deu a tua máquina virtual no KVM (dc1)
  9. Por ora, deixar o Domain name em branco
  10. Configurar a senha de root
  11. Redigitar a senha de root quando solicitado
  12. Digitar um nome para o usuário
  13. Digitar a senha para o usuário
  14. Redigitar a senha do usuário quando solicitado
  15. Selecionar o seu estado
  16. Para uma instalação em servidor, sugiro utilizar o LVM. Isso permitirá que, caso seja necessário ajustar o tamanho dos volumes, não haja necessidade de fazer backup ou mesmo desligar o servidor! Particularmente, acho uma boa opção (dica de meu grande amigo Anderson Veiga, analista de tecnologia da informação que estudou comigo no IFF)
    1. Pode escolher uma partição "guided" (com assistente) ou Manual. Eu opto sempre pela manual
    2. Selecionar o disco
    3. Criar uma nova tabela de partição
    4. Após, novas opções serão habilitadas. Selecionar Configure the Logical Volume Manager 
    5. Selecionar Yes ao ser questionado se deseja escrever as modificações nos discos e configurar o LVM
    6. Criar o volume group "uma abstação do LVM que congrega volumes lógicos e volumes físicos em uma mesma unidade administrativa" RIBEIRO, Uirá. Certificação Linux. 2015. 
    7. Dar nome ao volume group. Nomeei como vgdc1 
    8. Marcar o disco e continuar 
    9. Selecionar Yes ao ser questionado se deseja escrever as modificações nos discos e configurar o LVM
    10. Agora deve-se criar os volumes lógicos (para ficar de fácil entendimento, é como se fossem as "partições")
    11. Selecionar o volume group vgdc1 e clicar em <ENTER> 
    12. O primeiro volume será o raiz (/) o qual colocarei um tamanho de 4GB:
      1. Nome do Logical volume: root 
      2. Tamanho: 4GB 
    13. O segundo volume será o swap
      1. Nome do Logical Volume: swap
      2. Tamanho: 4GB
    14. O terceiro volume será o tmp
      1. Nome do Logical Volume: tmp
      2. Tamanho: 4GB
    15. O quarto volume será o usrlocal
      1. Nome do Logical Volume: usrlocal
      2. Tamanho: 4GB
    16. O quinto volume será o home
      1. Nome do Logical Volume: home
      2. Tamanho: 8GB
    17. O sexto volume será o var
      1. Nome do Logical Volume: var
      2. Tamanho: o que restou do espaço anterior
  17. Após, clicar em Finish para terminar as configurações do LVM 
  18. Diversos volumes aparecerão. Cada volume deverá ser selecionado e configurado com seus respectivos pontos de montagem
    1. Selecionar o #1 8.0GB do volume LVM VG vgdc1, LV home - 8.0 GB Linux device-mapper (linear): tem que ser selecionado o tamanho, conforme figura a seguir, e não o nome da partição
    2. Clicar em <ENTER> ao aparecer o Use as: do not use 
    3. Selecionar o sistema de arquivos (sugiro o Ext4
    4. Configurar o ponto de montagem para /home
      1. Clicar em <ENTER> em Mount point: none 
    5. Selecionar o /home como ponto de montagem 
    6. Selecionar Done settings up the partition 
  19. Configurar os próximos volumes, conforme a seguir:
    1. LVM VG vgdc1, LV root - 4.0 GB Linux device-mapper (linear)
      1. Sistema de arquivos: Ext4
      2. Ponto de montagem: /
    2. LVM VG vgdc1, LV swap - 4.0 GB Linux device-mapper (linear)
      1. Use as: swap area
    3. LVM VG vgdc1, LV tmp - 4.0 GB Linux device-mapper (linear)
      1. Sistema de arquivos: Ext4
      2. Ponto de montagem: /tmp
    4. LVM VG vgdc1, LV usrlocal - 4.0 GB Linux device-mapper (linear)
      1. Sistema de arquivos: Ext4
      2. Ponto de montagem: /usr/local
    5. LVM VG vgdc1, LV var - 29.7 GB Linux device-mapper (linear)
      1. Sistema de arquivos: Ext4
      2. Ponto de montagem: /var
  20. Depois das configurações efetuadas, clicar em Finish partitioning and write changes to disk 
  21. Escrever as mudanças no disco 
  22. Selecionar o source do gerenciador de pacotes do BRAZIL
  23. Selecionar o mirror ftp.br.debian.org
  24. Não é necessário entrar com os dados de proxy
  25. Caso apareceça erro, selecionar GO BACK
    1. Selecionar YES para continuar sem um network mirror (posteriormente, será configurado)
  26. Clicar em NÃO participar do survey
  27. Aparecerá somente os utilitários padrões a serem instalados. Deixar somente a opção standard system utilities selecionada e clicar em CONTINUE
  28. Selecionar YES para instalar o GRUB
  29. Selecionar o dispositivo de armazenamento
  30. Clicar em CONTINUE para finalizar a instalação


Configuração de rede

Como boa prática, um servidor deve ter seu endereço IP fixo. Principalmente, este que será usado como DNS e AD. Para configirar o IP fixo do servidor basta editar com o editor nano o arquivo /etc/network/interfaces

allow-hotplug eth0
iface eth0 inet static
    address 192.168.0.4
    netmask 255.255.255.0
    gateway 192.168.0.1

netmask refere-se a máscara de sub-rede, que define quais IPs estão no mesmo segmento de rede. gateway refere-se ao dispositivo de rede capaz de comunicar a rede que está sendo configurada às redes externas.

O serviço de rede precisa ser reiniciado pelo comando:

service networking restart

O arquivo /etc/resolv.conf também precisa ser configurado 

domain company.domain.ds
search company.domain.ds
nameserver 192.168.0.4
nameserver 192.168.0.1

Explicações de o porquê o .ds foi utilizado como sufixo de domínio e o porquê o próprio servidor foi utilizado como servidor de DNS serão dadas no procedimento de instalação do DNS.

Configuração do repositório

O repositório é o local de origem dos programas (pacotes) que serão instalados no sistema operacional. Para configurá-lo, basta editar o arquivo /etc/apt/sources.list pelo editor nano (no nano, para se copiar uma linha, basta navegar até a desejada e pressionar ALT + 6; para colar CTRL + U). Após a edição, clicar em CRTL+x e selecionar YES e pressionar ENTER, para confirmar as alterações no arquivo

deb http://ftp.br.debian.org/debian jessie main
deb-src http://ftp.br.debian.org/debian jessie main

deb http://ftp.br.debian.org/debian jessie-updates main
deb-src http://ftp.br.debian.org/debian jessie-updates main

deb http://security.debian.org/ jessie/updates main
deb-src http://security.debian.org/ jessie/updates main


Atualização do sistema

Para atualizar o sistema, basta executar os comandos a seguir (em ordem):

apt-get update
apt-get upgrade

Acesso remoto via SSH

Não é necessário acessar uma máquina virtual, para acessar o virt-manager e daí acessar o servidor que está sendo configurado neste procedimento. Um acesso pelo simples PuTTY via SSH de forma segura pode ser realizado. O PuTTY permitirá abrir um terminal em modo texto no servidor permitindo a execução de comandos de forma remota. Mas, não é necessário que somente o PuTTY seja instalado em teu equipamento: o servidor que está sendo configurado precisa permitir o acesso! Para isso, basta instalar o SSH Server e configurá-lo:

Instalação

Para instalar o SSH Server, basta executar o comando:

apt-get install openssh-server

Após, é necessário renovar as chaves pelos comandos:

rm /etc/ssh/ssh_host_*
dpkg-reconfigure openssh-server

Configurações de segurança

Alterar o parâmetro PermitRootLogin do arquivo /etc/ssh/sshd_config para no, impedindo que o usuário root faça login utilizando o SSH (essa é uma configuração recomendada de segurança): 

PermitRootLogin no

Restringir o acesso a um grupo:
  1. Criar o grupo com o comando: groupadd remoteusers
  2. Adicionar a conta de usuário que poderá acessar o SSH Server ao grupo criado com o comando: usermod -a -G remoteusers user
  3. Incluir/modificar o parâmetro AllowGroups do arquivo /etc/ssh/sshd_config para AllowGroups remoteusers
  4. Devido à vulnerabilidade do OpenSSH, executar o comando echo 'UseRoaming no' >> /etc/ssh/ssh_config
  5. Reiniciar o serviço executando o comando invoke-rc.d ssh restart
Para desligar o sistema execute o comando shutdown -P ou shutdown -h now Para reiniciar o sistema, basta executar o comando reboot

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